Seminário Internacional Mulheres no Audiovisual
O Seminário Internacional Mulheres do Audiovisual, realizado durante a 44ª Mostra de Cinema de São Paulo, contou com a francesa Delphyne Besse, do Collectif 50/50, ou o Coletivo 50/50, numa conversa com Alexandra Loras.
Delphyne relembrou o histórico protesto das mulheres nas escadarias do Festival de Cannes em 2018. Organizada por ela, a ação reuniu 82 celebridades que reivindicaram a igualdade de oportunidades para as mulheres não só nos festivais mas em todo o mercado de trabalho. A ação conquistou a adesão de 120 festivais pelo mundo para a equidade de gênero nas comissões de seleção e os avanços pró-diversidade nas políticas de fomento do CNC.
“Quando vemos os números, a verdade é que na França, nas escolas de cinema, há paridade faz muitos anos. São números muito estáveis. Inclusive na cadeira de Direção. Então, há mulheres entrando nas escolas de cinema com a vontade de se tornarem diretoras. E vemos que na França não temos os piores números do planeta porque temos algo entre 20 e 30%, digamos 25%, de filmes dirigidos por mulheres. É bem distante dos 50% mas é o suficiente para que nos ironizem e digam que os americanos… que lá são 7%”, comentou Delphyne.
“Há uma nova geração de diretoras surgindo, mas como assegurar que não as perderemos pelo caminho? Que elas terão uma carreira tão densa quanto a dos homens, etc…?”, questionou ela.
“E isso significa, evidenciar também os salários que são evidentemente menores para as mulheres que para os homens”, concluiu Delphyne, que tem mais de 15 anos de experiência no mercado internacional de vendas de filmes, representando obras de importantes diretores como Irmãos Dardene, Takeshi Kitano, Xavier Dolan, Julie Delpy, Todd Haynes, Michael Haneke, François Ozon, entre outros e, atualmente trabalha na UniFrance, a organização encarregada de promover o cinema francês no mundo.
Confira a conversa na íntegra: